Vírus é uma partícula, basicamente protéica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e isto significa que eles reproduzem-se somente pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular...

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Rotavirose.



A infecção pelo rotavírus varia desde um quadro leve, com diarreia aquosa e duração limitada há quadros graves com desidratação, febre e vómitos, podendo evoluir a óbito. Praticamente todas as crianças se tem contacto e se infectam nos primeiros 3 a 5 anos de vida, mesmo nos países em desenvolvimento, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses.
Os serviços de vigilância epidemiológica dos Estado Unidos mostram que o rotavírus a principal causa de diarreia grave. Estima-se que essa doença seja responsável por 5 a 10% de todos os episódios diarreicos em crianças menores de 5 anos. Também aparece como causa frequente de hospitalização, atendimentos de emergência e consultas médicas, sendo responsável por consideráveis gastos médicos. É importante frisar que em crianças prematuras, de baixo nível socioeconómico ou com deficiência imunológica a infecção pelo rotavírus assume uma maior gravidade. O rotavírus também tem grande participação nos surtos de gastroenterite hospitalar.
AGENTE
É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do género Rotavírus. São classificados serologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem.
O grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença no homem e em diversas outras espécies animais. Possuem antígeno comum de grupo, localizado no componente VP6, no capsídeo intermediário, detectável pela maioria dos testes sorológicos. Esta proteína também determina o subgrupo (I, II, I e II, não I - não II) a que pertence a cepa. Os sorotipos são determinados por duas proteínas (VP4 e VP7) situadas no capsídeo externo.

Dos 14 sorotipos G (VP7) conhecidos, 10 têm sido descritos como patógenos humanos: os tipos G1 a G4, os mais frequentemente encontrados em todo o mundo e para os quais vacinas estão sendo desenvolvidas; os tipos G8 e G12, esporadicamente encontrados e o tipo G9, predominante na Índia.
Rotavírus que eram encontrados exclusivamente como patogenia animal, sorotipos G5, G6 e G10, foram isolados em humanos. O sorotipo G5 foi encontrado em amostras brasileiras segundo Gouvea et al, 1994 e Timenetsky em 1998.
MODO DE TRANSMISSÃO
Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contacto pessoa a pessoa.
O período de maior excreção viral é o que se dá entre o 3º e 4º dia a partir dos primeiros sintomas, no entanto, podem ser detectados nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Varia de 1 a 3 dias.
Conduta
A anamnese feita com cuidado, com dados de história, antecedentes epidemiológicos e o exame clínico podem sugerir fortemente a infecção pelo rotavírus, no entanto como as manifestações clínicas da infecção não são específicas, a confirmação laboratorial é necessária para a vigilância epidemiológica e pode também ser útil em situações clínicas. Na forma clássica, mais frequente em crianças de 6 meses a dois anos, a doença se manifesta como quadro abrupto de vómito, que na maioria das vezes precede a diarreia, e a presença de febre alta.
É comum observar-se formas mais leves ou quadros subclínicos entre adultos contactantes. Em crianças até os 4 meses pode haver infecção assintomática, levando a crer na acção protectora de anticorpos maternos e do aleitamento materno;
A diarreia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e carácter explosivo, durando de 4 a 8 dias. Variações do quadro clínico através de infecções aparentes ou inaparentes não parecem guardar correlação com o sorotipo, enquanto nas reinfecções, na maioria das vezes se evidenciam variedades antigênicas, sendo que, via de regra, a primo infecção é a de maior gravidade.
O exame laboratorial específico é a investigação do vírus nas fezes do paciente. A época ideal para detecção do vírus nas fezes vai do primeiro ao quarto dia de doença, período de maior excreção viral. O método de maior disponibilidade é a detecção de antígenos, por ELISA, nas fezes. Outras técnicas, incluindo microscopia electrónica, VP4 e VP7 e cultura, são usadas principalmente em pesquisas. Métodos serológicos que identifiquem aumento de títulos de anticorpos IgG e IgM, por ELISA, também podem ser usados para confirmação de infecção recente.
TRATAMENTO
Por ser, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos. Não se recomenda o uso de antimicrobianos. Não há terapêutica específica para combater o rotavírus. A orientação actual é de manutenção da dieta alimentar normal. Eventualmente pode ser necessário recorrer à hidratação parenteral, se a oral não for suficiente para a reposição de fluidos e electrólitos. Não se recomenda o uso de antidiarreicos.
COMPLICAÇÕES
Existem vários relatos na literatura associando a infecção por rotavírus a encefalites, Síndrome de Reye e à Doença de Kawasaki. De todas as complicações as que não assumem carácter circunstancial são a diarreia prolongada em imunodeprimidos e a enterocolite necrotisante em neonatos.

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