Vírus é uma partícula, basicamente protéica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e isto significa que eles reproduzem-se somente pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular...

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Febre hemorragica de Marburgo.



No dia 11 de janeiro de 1980, Charles Papin, um engenheiro francês de 56 anos, visitou a caverna de Kitum situada no monte Elgon, em plena selva do Quênia. Não se sabe ao certo o que ocorreu, mas uma semana depois, Papin começava a sofrer dores de cabeça. Seu estado de saúde começou-se a agravar rapidamente. Começou a ter febre muito alta e vômitos, os seus olhos ficaram avermelhados, a pele do rosto adquiriu uma tonalidade amarelada e apareceram em seguida, manchas vermelhas que logo se transformaram em feridas, seu corpo começou e inchar e estava muito agressivo e confuso. Perante a gravidade desses sintomas, Papin foi levado de avião para Nairóbi.

A Morte Negra

No meio do caminho, Papin começou a vomitar sangue escuro e a sangrar sem parar pelo nariz. Movia-se de uma forma estranha, parecia fora de si, órgãos dele desfaziam-se, estava morrendo aos poucos.
Chegando em Nairóbi, Papin foi hospitalizado imediatamente e em seguida entrou em coma. Sangrava por todos os orifícios de seu corpo e expeliu os intestinos pelo ânus. Papin estava morrendo e o vírus necessitava então de um novo hospedeiro.
Enquanto o doutor Musoke examinava a garganta do paciente, Papin vomitou em cima dele, Papin morreu no dia seguinte, mas o vírus se disseminava. Nove dias depois, o doutor Musoke começou a sentir dores de cabeça, febre e seus olhos ficaram avermelhados...

Os Micróbios do Juízo Final

Musoke e Papin foram vítimas do marburg, um vírus devastador. Actualmente, os conhecimentos sobre este vírus são muito vagos. Sabe-se que é oriundo da África sendo altamente contagioso e de cada quatro vítimas uma morre em consequência do vírus. Ainda não foi descoberta uma cura.
O marburg é um dos muitos vírus batizados, pelos cientistas, como vírus emergentes, são chamados assim porque abandonaram seu entorno para atacar a humanidade. Um dos mais conhecidos é o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Assim como ocorre com outros vírus emergentes, ainda não foram encontradas as origens do HIV. Seriam elas naturais? Procederiam de um mosquito, de macaco ou de uma planta? De onde viriam? Actualmente estas perguntas ainda não têm respostas. Estudos exaustivos revelaram uma vaga conexão com colônias de primatas na África.
Sabemos que o vírus é um dos menores seres vivos que existem, que parasitam em outros corpos e multiplicam-se a partir da expulsão de fluídos infectados. O marburg pertence à família dos filovírus, que são identificados em microscópio por sua aparência filosa. Ele destrói o tecido corporal atacando os órgãos internos de forma violenta e à medida que os tecidos se desfazem, o corpo expulsa os fluídos infectados espalhando o vírus. Na tentativa de uma reprodução mais eficaz, o vírus poderia provocar epilepsia na pessoa infectada como forma de facilitar sua rápida expansão através do sangue expulso nas convulsões.
Os vírus são classificados por níveis de periculosidade: o resfriado comum estaria no primeiro nível; o HIV no segundo nível; o marburg estaria no quarto, que é o nível mais alto. Quando este vírus se manifestou pela primeira vez, em 1967, causou grande terror ao matar trabalhadores de um laboratório de vacinas em Marburg na Alemanha. O laboratório manipulava células de macacos importados da Uganda, e um deles estava infectado. Não se sabe exatamente como os trabalhadores foram contagiados pelo vírus. Os médicos horrorizaram-se com o que viam. O vírus parecia concentrar-se nos globos açulares e testículos. Morreram setes das 37 pessoas contaminadas.

Epidemia Mortal

Apesar de seus terríveis sintomas, o marburg ainda não é o vírus mais letal do mundo. Nove anos depois do episódio acorrido no laboratório alemão, uma epidemia letal foi desencadeada no Sudão.
Em julho de 1976, um negociante sudanês ficou doente e morreu com sintomas parecidos ao do vírus marburg e rapidamente seus colegas de trabalho foram contagiados.
A doença se propagou com rapidez e de forma implacável, chegando à uma cidade com um hospital sem recursos. O contágio se deu principalmente pela reutilização de seringas. O hospital ficou lotado de cadáveres.
O novo vírus matava um de cada dois infectados. Temerosos por suas vidas, os habitantes dispersaram-se pelos arredores e com isso o vírus não se propagou. Porém dois meses depois, surgiu uma variação ainda mais letal do vírus, a 800 Km do Zaire (a nova República Democrática do Congo). O foco foi o hospital de Yambuku, que se tratava de uma missão de freiras belgas, próximo do rio Ebola. A doença se espalhou rapidamente, assim como o hospital do Sudão, o de Yambuku só possuía cinco seringas para serem utilizadas em centenas de pacientes a cada dia. Em pouco tempo o vírus se estendeu a 55 povoados vizinhos. Todas as ruas e estradas da região foram fechadas e o Exército recebeu ordens para disparar contra qualquer um que tentasse sair do território. Os operadores de rádio de Yambuku foram morrendo um após o outro até que o território permanecesse em completo silêncio, enquanto o vírus prosseguia em sua atividade letal. Os resultados da tragédia foram muito piores do que a ocorrida no Sudão: de cada dez pessoas infectadas, nove morreram.

Batizando o Vírus

Sem que se soubesse o motivo, o vírus se deteve e desapareceu deixando para trás um rastro de cadáveres. Os médicos estavam atônitos, porém puderam identificar e dar nome aos vírus: ebola-Sudão e ebola-Zaire, sendo este último o mais letal. Quanto ao resto do processo, continuaram sem explicações.
Passaram-se duas décadas antes que acontecesse uma nova aparição do ebola. Em março de 1995, Gaspar Menga ao voltar para casa depois de trabalhar na selva próxima a Kikwit no Zaire, começou a apresentar febre, e dez dias depois, morria vítima de uma misteriosa doença, logo em seguida morreu o seu filho, o irmão e outros membros da sua família. Em poucas semanas o vírus havia causado uma epidemia em Kikwit e o hospital da cidade já estava cheio de pessoas infectadas e sem a menor esperança.
Enquanto uma equipa internacional de especialistas tentava conter a epidemia, o pânico já se tinha instaurado um Kikwit. Pessoas gritavam pelas ruas enquanto abandonavam familiares e amigos doentes.
Os médicos não demoraram em perceber que as crenças religiosas da população ajudaram a propagar o vírus, já que nos rituais fúnebres existe contato com o morto.
Durante três meses de epidemia do ebola em Kikwit, 244 pessoas morreram numa proporção de oito para cada dez pessoas infectadas.
"houve um momento em que estávamos rodeados de pessoas agonizantes", declarou o doutor Ali Khan do Centro de Controle de Enfermidades (CCE), sediado em Atlanta nos EUA.
Este laboratório tem um departamento de detecção de epidemias, cujos estudiosos são conhecidos como os "cowboys das enfermidades", por viajarem para todos os lugares onde surgem novas epidemias, em busca de dados para a pesquisa desses vírus.
Em Kikwit, os cowboys montaram um laboratório no meio da selva para localizar a origem do vírus. Coletaram, insetos, plantas e sangue de animais e mesmo assim a origem do vírus continua sendo um mistério. Pesquisas anteriores, realizadas pelo CCE, ajudaram a identificar outros vírus letais, incluindo a febre hemorrágica Criméia-Congo, o junin, o kyasanur forest e o machupo. Existem mais onze vírus catalogados numa lista que só tende a aumentar, todos eles possuem nomes exóticos e são altamente letais. Alguns são muito raros, só se sabe por exemplo, de três casos, um vírus dessa categoria que se manifestou na bacia amazônica. A raridade desses casos, porém, não se torna empecilho para a contaminação de extensivas pesquisas.
Os hantavírus, outra família de micróbios letais, foram detectados pela primeira vez durante a guerra da Coréia, entre 1951 e 1954, e contagiaram mais de 2.500 soldados, dos quais morreram 121.
Em 1993, uma manifestação de hantavírus denominada como "sem nome", surgiu no Novo México, as primeiras vítimas que morreram foram atletas em perfeita condição física e suas mortes ocorriam poucos minutos depois dos primeiros sintomas.

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