1- Acha que a Gripe A foi sobrevalorizada pela sociedade e mais concretamente pelos meios de comunicação social?Julgo ser natural que a anunciada primeira pandemia do século XXI suscitasse quer muita expectativa na sociedade quer uma intensa curiosidade por parte da comunicação social. Anunciavam-se muitas vítimas e muitos mortos, o que não veio a verificar-se. Foi e é inteiramente justificada tanta atenção. Mas, também é verdade que houve excessos: algumas pessoas deixaram-se contaminar pelo alarmismo e alguns jornalistas contribuíram para ele. O fundamental era as pessoas saberem o que fazer e respeitarem as orientações das autoridades de saúde e para isso era necessário que a comunicação social tivvesse valorizado mais os elementos informativos e de esclarecimento, recusando o sensacionalismo e a especulação.
2- O que pensa acerca da proposta de vacinação da população contra a Gripe A?A rapidez com que foi fabricada a vacina, é a melhor demonstração de como a medicina e as ciências médicas evoluíram nos últimos anos. Sou muito favorável à vacinação da população, sobretudo doentes crónicos, crianças e profissionais de saúde. porque a vacina é eficaz e não tem efeitos secundários indesejáveis.
3- Pensa que a grande importância dada à Gripe A foi também causado por interesses de certos grupos económicos?As grandes empresas multi-nacionais da indústria farmacêutica influenciam frequentemente quer a investigação quer as decisões de muitos organismos nacionais e internacionais. Admito que, o caso da gripe A , não seja excepção mas por enquanto não há informação suficiente para o poder afirmar sem qualquer dúvida. Certo, certo, é que três grandes laboratórios mundiias ganharam muitro dinhero
4- Acha que esta doença abafou de certa forma outras doenças muito mais nefastas que a Gripe A?Sem dúvida. Até em Portugal isso se viu: o governo esgotou-se no combate à gripe A e a política de saúde do governo entrou em estagnação, ficando muitos outros e graves problemas para resolver, como por exemplo
o plano para as doenças oncológicas, a prevençaõ e tratamento da diabetes, etc...
5- No final de toda esta tempestade alguma coisa mudou no nosso quotidiano?Pouco terá mudado. Mas julgo que os portugueses ficaram mais esclarecidos e conscientes dos perigos desta epidemias e da necessidade de as prevenir.
João semedo
(médico e deputado
do Bloco de Esquerda)
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